sexta-feira, 25 de junho de 2010

f. pessoa:
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?




me:
ando sob o chão procurando pensar grandes propósitos.
aqui não piso em grama...
saio na janela, da minha janela não vejo a rua
vejo outras janelas de outras casas. e... gente? fazendo as mesmas coisas.

o que faço eu? penso fazer grandes propósitos sabendo o que sou.
mas o que serei eu? nem sei o que sou. ser o que sou? mas sou tanta coisa!
à esquerda não vejo o sol, à direita, da janela vejo a lua
as nuvens andam rosa; as luzes, arco-iris; e as pessoas verdeamareladas

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